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Empresas adotam rastreamento de contato para coibir contágio de Covid-19 entre funcionários

A startup Nearbee, com investimento da Ambev, desenvolveu um sistema que avisa quem esteve perto de profissional infectado para sugerir quarentena

Empresas vêm adotando tecnologias para rastreamento de contatos para evitar a disseminação da Covid-19 em suas fábricas.

A startup Nearbee, que cria ferramentas baseadas em localização de celulares, desenvolveu, com investimento da Ambev, o MPI (Mapeamento Preventivo de Interações). O sistema analisa o sinal de bluetooth dos aparelhos dos funcionários para identificar o nível de risco de contaminação dos colegas quando alguém testa positivo para Covid. Para isso, o aplicativo considera a proximidade em que as pessoas ficaram e o tempo da interação.

A Ambev afirma que a inspiração para lançar o sistema veio de empresas da Coreia do Sul e de Singapura, que adotaram o rastreamento de contatos no início da pandemia.

A cervejaria investiu R$ 900 mil no sistema, que foi levado para todas as suas fábricas no Brasil e para mais seis países da América do Sul. Outras empresas podem usar o aplicativo sem custo.

Foram registrados 95 mil downloads da ferramenta.

Felipe Fontes, sócio da Nearbee, diz que o sistema desenvolvido por sua startup consegue identificar as interações dos funcionários a partir do bluetooth sem precisar registrar a localização dos profissionais. O aplicativo também permite saber em quais áreas está havendo mais aglomeração para que as políticas de segurança da empresa sejam aprimoradas.

Fontes diz que cerca de 30 empresas usam a ferramenta, incluindo Nestlé, Suzano e Cargill. Segundo ele, a procura pelo serviço vem acelerando, porque as empresas se preparam para ampliar o trabalho presencial após os índices de contaminação diminuírem.

O mercado brasileiro para esse tipo de tecnologia também passou a ser alvo neste mês da americana AlertTrace, que atende 100 organizações, incluindo escolas, os estúdios da Warner Bros, a Nasa, a Força Aérea e a Marinha americana.

A companhia produz na Flórida um dispositivo para ser fixado na camisa do profissional como um crachá. O aparelho emite sinal bluetooth e, quando localiza outro equipamento semelhante há 1,8 metros, vibra para lembrar os usuários de manter distância.

O sistema também registra a interação para que a empresa avalie a necessidade de quarentena de quem esteve perto daquele funcionário nos últimos dias.

James Davis, presidente da empresa, afirma que nenhuma companhia que usa seu serviço para prevenir a disseminação da Covid precisou fechar instalações por causa de um surto da doença.

Segundo o executivo, em razão do avanço da vacinação nos Estados Unidos, que diminui a demanda pelo rastreamento de contatos, a empresa decidiu dedicar mais esforços a outros mercados que poderiam se beneficiar da tecnologia, como o europeu e o brasileiro.

De acordo com Davis, como o Brasil não está exigindo o fechamento das fábricas, o serviço da AlertTrace pode gerar mais segurança para quem segue no trabalho presencial.

Os aparelhos da empresa custam US$ 37 (R$ 193) e, conforme aumenta o volume de funcionários atendidos, pode diminuir para US$ 20 (R$ 104). Davis admite que pode ser preciso rever o preço, dada a desvalorização do real em relação ao dólar.

Fabio Rodrigues, sócio da startup novidá, que adaptou sua tecnologia para oferecer aos clientes o rastreamento de contatos, também diz esperar aumento na busca pelo serviço.

A Novidá distribui smartphones para os funcionários e sensores nas empresas para gerar relatórios sobre movimentação de pessoas para ampliar a segurança e gerar informações sobre produtividade.

Atualmente 14 indústrias e centros de distribuição usam o rastreamento de contatos da empresa, que foi fornecido sem custo adicional para quem já era cliente. Para novas contratações, o custo é de R$ 50 ao mês por funcionário.