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Dólar fecha em R$ 2,30 pela 1ª vez em 2 meses com apreensão sobre Fed

O mercado teme que os dados de emprego que serão divulgados nos EUA na 6ª alimentem apostas de que o Federal Reserve comece a reduzir o ritmo de compra de ativos ainda este ano

Fonte: InfoMoney

O dólar avançou nesta quinta-feira e fechou acima de 2,30 reais pela primeira vez em dois meses, com investidores cada vez mais apreensivos sobre o futuro do programa de estímulo econômico dos Estados Unidos.

O mercado teme que os dados de emprego que serão divulgados nos EUA na sexta-feira alimentem apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, comece a reduzir o ritmo de compra de ativos ainda este ano.

O Fed injeta 85 bilhões de dólares por mês na economia norte-americana e parte destes recursos costuma migrar para países emergentes, em busca de rendimentos maiores.

A moeda norte-americana avançou 1,02 por cento, para 2,3067 reais na venda. É o maior nível de fechamento desde 5 de setembro, quando ficou em 2,3243 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro foi de cerca de 1,37 bilhão de dólares.

Os temores sobre a política monetária norte-americana ganharam fôlego nesta sessão após dados mostrarem que a economia norte-americana cresceu 2,8 por cento no terceiro trimestre, acima do esperado por analistas. No entanto, o relatório do PIB dos EUA mostrou fraqueza nos gastos do consumidor, reforçando a ansiedade dos investidores antes da divulgação dos dados de sexta-feira.

"O dado do PIB dos EUA veio muito bom e fortaleceu o dólar no mundo inteiro", disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. "Agora, o mercado vai esperar os dados de amanhã para confirmar essa expectativa".

No entanto, o mercado de câmbio brasileiro teve grandes oscilações pela manhã, quando o dólar chegou a cair para a mínima de 2,2710 reais após o Banco Central Europeu reduzir inesperadamente sua taxa básica de juros para 0,25 por cento. A decisão alimentou, pelo menos temporariamente, o apetite dos investidores por risco em todo o mundo.

"O BCE resolveu surpreender com o corte nas taxas de juros, o que provocou uma reação positiva no mercado", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.

A China também chamava a atenção no cenário internacional, com uma reunião de quatro dias, que se iniciará no sábado, para se definir uma agenda de reformas para a próxima década. A discussão faz parte dos esforços do governo chinês para conduzir a economia em direção a um crescimento mais sustentável, após três décadas de expansão vertiginosa.

"A agenda da China é um dado importante, sob expectativas de que as autoridades eventualmente possam revisar a meta de crescimento do país para baixo", disse o gerente de análise da XP Investimento Caio Sasaki.

"Se isso acontecer, a economia brasileira poderá ser diretamente afetada", acrescentou.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro realizou mais uma etapa de seu programa de intervenções diárias, com a venda de 5 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de abril de 2014 e 5 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento 2 de junho de 2014. Os volumes financeiros equivalentes dos leilões foram de 248,7 e 247,9 milhões de dólares, respectivamente.